Muitos refrigeristas têm dúvidas em relação ao estado do compressor, quando estão avaliando problemas em um sistema de refrigeração: se ele está queimado (e, portanto, deve ser descartado e substituído) ou se está funcionando bem e a causa do problema é outra.
Na residência ou no estabelecimento comercial do cliente, não é possível fazer todos os testes que são realizados nos laboratórios da Embraco, que permitiriam ter um diagnóstico extremamente preciso da condição do compressor. Por exemplo, não há como fazer um teste adequado da compressão. Para isso, são necessários aparelhos mais sofisticados, juntamente com a realização de testes.
Deve-se destacar que todos os compressores Embraco já são exaustivamente testados ao sair da linha de produção. A chance de ocorrerem problemas é mínima.
Além disso, testes de compressão feitos de maneira inadequada e improvisada podem representar riscos ao compressor. Um dos problemas possíveis é a entrada de sujeira ou umidade no próprio compressor ou no sistema.
Da mesma forma que ocorre em relação à compressão, é muito difícil fazer, no local onde está instalado o compressor, o diagnóstico do estado das válvulas. Afinal, não é recomendado abrir compressores herméticos.
Essa verificação de válvulas só deve ser feita no laboratório da Embraco.
Outra dica importante é nunca ligar o compressor fora do sistema para testá-lo. Esse procedimento, feito para testar lâmpadas, por exemplo, não é adequado para compressores e pode gerar danos irreversíveis.
Testes simples
Feitas essas observações iniciais, devem ser mencionados alguns testes e verificações que podem ser efetuados e que ajudam muito a saber qual é a situação.
Para mostrar a importância desses testes simples, basta lembrar que, por falta de uma avaliação bem feita, muitos compressores devolvidos à Embraco estão em condições de uso.
Um multímetro é suficiente para fazer uma boa parte das verificações, relacionadas à continuidade elétrica.
Para começar, verifique se tem energia no local. Para profissionais experientes e capacitados, pode parecer bobagem recomendar isso, mas algumas vezes o “problema” está justamente aí.
Depois disso, é hora de fazer a verificação inicial de continuidade elétrica, lembrando-se de desconectar o equipamento da tomada antes de começar.
Com o multímetro, verifique a continuidade no cabo de ligação.
O passo seguinte é verificar as condições dos componentes elétricos. Para isso, usando um multímetro, veja se existe continuidade no protetor térmico. Se não existir, esse componente está danificado. Se o problema é esse – e não a queima do compressor –, a solução é simples: basta substituir o protetor térmico.
Da mesma forma que foi feito no protetor, o procedimento com o uso do multímetro deve ser feito no relé e no capacitor. No caso do relé, conforme o modelo, há diferenças no teste a ser feito:
• No caso de relé eletromecânico para compressores F e EG, é preciso colocá-lo na posição vertical, com a bobina para baixo, verificando a continuidade entre os terminais 10 e 11.
• Já no caso do relé eletromecânico para o modelo EM, são três as verificações: 1) entre os terminais 1 e 2, com o relé em qualquer posição; 2) entre os terminais 1 e 3, com o relé na posição vertical e a sua bobina para cima; 3) entre os terminais 1 e 3, com o relé na posição vertical e a sua bobina para baixo. Nas duas primeiras verificações, se não houver continuidade, é preciso trocar o relé. Na terceira delas, é o contrário, se houver continuidade é que existe problema e o relé precisa ser substituído.
Outra verificação fundamental e simples de fazer está relacionada ao estado das bobinas (enrolamentos) principal e auxiliar do compressor. O objetivo é saber se alguma delas está interrompida ou queimada.
Comece medindo a continuidade em cada bobina (sempre com o compressor desconectado da rede elétrica). Se não houver continuidade, o compressor está queimado.
Cheque também se as bobinas estão de acordo com as resistências ôhmicas informadas na ficha técnica do compressor. Se nessa medição aparecer um valor diferente do que é informado na ficha técnica, significa que o compressor está danificado e pode estar inutilizado.
Lidando com o inversor
Com o crescimento da presença no mercado dos compressores Embraco Fullmotion de velocidade variável, há muitas dúvidas em relação ao inversor que os acompanha.
Deve ser destacado que se trata de um componente eletrônico muito sensível, que exige conhecimentos especializadíssimos para ser avaliado. Não devem ser tentados reparos nele: em caso de problemas, ele deve ser substituído.
Para facilitar a identificação de possíveis problemas e também de situações com as quais não é preciso se preocupar, desenvolvemos uma tabela básica para o diagnóstico do inversor, que está abaixo. Use-a sempre e evite problemas com esse componente!