[gravata] Existem ótimas oportunidades para a prestação de serviços especializados para esse segmento. [/gravata] [rel txt=”Essa matéria possui conteúdo extra.”] Hospitais, clínicas, laboratórios e outras instituições dependem da manutenção de temperaturas adequadas, para garantir a conservação apropriada de materiais sensíveis que são utilizados em suas atividades.

Profª. Valéria C. de Oliveira – “Conservação de vacinas em
Unidades Básicas de Saúde
apresenta falhas significativas”

Para bancos de sangue, contar com sistemas de refrigeração confiáveis é essencial
Demanda crescente
No Brasil e na América Latina, vêm crescendo a demanda por serviços médicos em geral. Isso se deve a diversos fatores:
- A expectativa de vida das pessoas aumentou;
- A proporção de idosos no total da população é cada vez maior;
- Como consequência do item anterior, estão mais comuns os casos de doenças crônicas;
- A renda média subiu, proporcionando mais recursos para os cuidados com a saúde.
Ao mesmo tempo, como ocorre com outros serviços, o nível de exigência dos usuários com a qualidade está crescendo e tende a ficar cada vez maior (ver Entrevista na página 4). Isso significa que muitas oportunidades se abrirão para quem deseja fornecer para esse segmento e conta com capacitação técnica para atendê-lo. Um exemplo é o das montadoras de equipamentos de refrigeração. No Brasil e na América Latina em geral existem hoje pouquíssimas opções de equipamentos de refrigeração desenvolvidos especificamente para o mercado de saúde. A maior parte dos hospitais e clínicas utiliza soluções que foram projetadas para outro tipo de aplicação, como os refrigeradores domésticos e alguns tipos de freezers. Essa situação deve mudar, seguindo o que já ocorre em países mais desenvolvidos, onde há empresas especializadas em produzir refrigeradores para uso na área médica, que atendem a exigências diferenciadas e incorporam inúmeros dispositivos, entre os quais alarmes de temperatura, registradores de dados e outros. O mercado começa a amadurecer no Brasil, mas os números são grandiosos: segundo a pesquisa Demografia Médica, em 2013 existiam no país mais de 5.300 hospitais, entre os gerais e os especializados. Cada um deles precisa de diversos refrigeradores, para variados usos. Além disso, as unidades básicas de saúde somavam 32.500 em todo o território nacional. Sem contar as clínicas (incluindo as odontológicas) e outros estabelecimentos que, muitas vezes, necessitam de equipamentos de refrigeração para as suas atividades cotidianas. Um exemplo do potencial existente pode ser visto com a Rede Frio, criada pelo Departamento de Vigilância Epidemiológica (do Ministério da Saúde). Seu objetivo é cuidar do recebimento, armazenamento, conservação, manipulação, distribuição e transporte de vacinas. A instituição utiliza os seguintes equipamentos na sua estrutura:
- Câmaras frias positivas e negativas;
- Baús frigoríficos;
- Refrigeradores comerciais (de quatro ou mais portas);
- Refrigeradores domésticos com capacidades a partir de 280 litros;
- Refrigeradores domésticos a gás;
- Refrigeradores fotovoltaicos;
- Freezers horizontais;
- Aparelhos de ar condicionado.
Os laboratórios de análises e de pesquisa também utilizam equipamentos de refrigeração e devem ser levados em conta por quem pretende buscar oportunidades. Ali, amostras, reagentes e outros materiais precisam ser conservados dentro de determinadas faixas de temperatura para poderem cumprir adequadamente suas finalidades. Em alguns casos, a faixa de temperatura pode chegar a -86oC. São os freezers para ultra low temperature (temperatura ultrabaixa). Não devem ser esquecidos os cuidados com o bom funcionamento de instalações de condicionamento de ar, que também são essenciais em certas áreas de hospitais e laboratórios. Sua limpeza e a manutenção constante ajudam a evitar contaminação de ambientes que precisam de proteção total contra micro-organismos e outros agentes infecciosos, como os centros cirúrgicos. Adicionalmente, é preciso lembrar que é necessário controlar muito bem a temperatura e a umidade relativa do ar em locais como esses. O universo é muito amplo e pode ir além da medicina humana. Basta pensar em clínicas e hospitais veterinários, cujo número se expande velozmente: o Brasil é atualmente o país com a segunda maior população de cães e gatos do mundo. Na área rural, há outras possibilidades, com a modernização da criação de animais, com o uso de recursos da genética que exigem, entre outros, a conservação de sêmen e de embriões em equipamentos refrigerados. E você, está atento às oportunidades desse mercado? [box side=”alignright” color=”box-verde” pos=”horizontal”]
NOVOS RUMOS NA MEDICINA ABREM OUTROS CAMPOS
O avanço tecnológico na medicina resulta na criação constante de novas especialidades – e geralmente elas utilizam a refrigeração em suas atividades. É o caso das clínicas de reprodução assistida, para quem tem dificuldade em ter filhos. Hoje são dezenas delas por todo o país, que precisam de equipamentos e cuidados especiais para preservar espermatozoides, óvulos e embriões a temperaturas inferiores a -100°C. De uns anos para cá, surgiu uma nova especialidade, a partir das pesquisas relacionadas à utilização de células-tronco do sangue, do tecido do cordão umbilical e da polpa do dente. Essas células precisam ser preservadas em condições especiais, para possibilitar seu uso quando necessário. Para isso é usado o processo de criopreservação. Armazenados em bolsas próprias, esses materiais são submetidos a um congelamento gradativo programado, atingindo ao final uma temperatura próxima aos -200°C. Os sistemas de refrigeração utilizados para essa especialidade, também chamada de criogenia, são avançados, mas precisam de monitoramento constante e manutenção preventiva. Afinal, as perdas, em caso de mau funcionamento, são irrecuperáveis. [/box]